quarta-feira, 17 de agosto de 2016

DEVO USAR TRANSPORTE PRIVADO PRÓPRIO?

Por : Paulo Tolentino de Souza Vieira
Administrador de Empresas - Aposentado
Tenho achado muito confortável e econômico andar de UBER, ou similares na minha cidade, ou em viagens prolongadas, em outras cidades.
Faço essa afirmação porque tenho analisado os pontos a seguir e comparado com a alternativa de usar um veículo próprio.
Por uma análise chamada de custo-benefício, pesaram, inicialmente, em favor desta opção, as vantagens imediatas de disponibilidade fácil, e o custo com a tarifa, que tem se mostrado muito mais vantajosa, pois, enquanto este serviço procura seu espaço no mercado, esta tem se sido bem acessível.
Numa visão mais pormenorizada, o uso do veículo de terceiros me dá as vantagens seguintes:
  • Não preciso envidar o esforço pessoal de dirigir, com os riscos que uma legislação, caracterizada como punitiva e severa, impõe a quem se “atreve” a fazê-lo. Voltei a esse assunto, ponto por ponto.
  • Me livro de multas de trânsito injustas (“pegadinhas”), uma despesa já considerada como certa, devido ao crescente rigor das autoridades e com instalação de radares que multam a torto e a direito, quem cometa ou não infrações. Quem não conhece alguém que foi multado injustamente nos últimos tempos? Mesmo costumando dirigir com todo cuidado, chego a fazer um pré cálculo, probabilístico, desse risco; considerando, por hipótese: Se cada 20 vezes que pego no carro, levo uma multa injusta, de, em média R$200,00, posso atribuir um custo, por vez, de R$10,00 (R$200,00 divididos por 20 vezes).
  • Não preciso procurar nem pagar por estacionamentos. Com os cartéis e outros tipos de "organizações" tão ativos buscando restringir os espaços gratuitos para estacionar, fica cada vez mais caro tentar usar o carro próprio.
  • Sempre desembarco na porta do local onde vou. Livro-me de longas caminhadas entre o ponto onde ficará o carro até o local a que me destino. Com isso poupo esforço, se houver chuva, me molho menos e, por outro lado, sinto-me um daqueles privilegiados (normalmente pessoal “da casa”, a quem se reserva os melhores espaços), especialmente quando vou a um serviços públicos.
  • Não entro em filas de “guichets” para pagar estacionamento ou para tirar ou renovar "cartão de idoso".
  • Não corro riscos de colisões ou roubo do veiculo assim, não preciso pagar seguro
  • Não tenho que investir tanto em renovação do carro.
  • Não gasto nada com combustível e muito menos com manutenção de um carro que permanece parado.
  • Não preciso renovar necessariamente minha carteira de Habilitação, com os consequentes custos exorbitantes, nem os riscos de esquecer a data e ter a despesa ampliada por multa específica e outras despesas acessórias.
  • Não me preocupo com engarrafamentos ou pistas ruins.
  • Fico com minha consciência livre, por não contribuir, mesmo que indiretamente, com as máfias dos operadores de estacionamento, do licenciamento de taxis, dos exploradores de flanelinhas, etc. etc..
  • Por falar em consciência, estou contribuindo para que haja menos carros nas ruas, como benefício imediato ao fluxo do trânsito, e menor emissão de gazes prejudiciais ao meio ambiente (qualidade do ar, efeito estufa, ruídos, calor, etc.).
  • Quanto ao IPVA, optando por ter um carro mais antigo, porem em bom estado, na garagem, apenas para situações excepcionais; o custo deste imposto poderá ser bem menor, pois para carros sempre novos, é bem maior do que para antigos e conservados.
  • Optando por vender e ficar sem carro próprio, melhor ainda, me livro completamente desse tributo, bem como dos custos da manutenção, de tempos em tempos, e ainda ponho uma “graninha” no bolso, que me ajudará a pagar minhas corridas em carros de terceiros, por muito tempo. É só fazer as contas, para saber quanto tempo!
  • Enquanto eu escrevia este texto, li no noticiário a possibilidade de greve nos postos de combustíveis. Pensei imediatamente; não preciso me preocupar com paralisações desse setor ou “lockouts” de cartéis de fornecimento. Isso passou a ser problema de quem irá me transportar! Não é meu mais, ufa!
Algumas vantagens no uso de um carro próprio:
  • Disponho imediatamente do carro, ao invés de ter que esperar, até 15 minutos por um carro de terceiros. Com o desenvolvimento de melhores aplicativos, esse tempo, certamente diminuirá!
  • Disponho sempre do mesmo modelo e marca, como sinal e prestígio e status social e além disso, posso administrar, ao meu gosto, a limpeza do veículo e a disponibilidade de acessórios internos, som, vídeo, gps, etc..
  • Disponho de espaço, no interior do veículo, para armazenamento permanente de alguns itens pessoais ou profissionais, tipo: livros, papeis, ferramentas, utensílios de trabalho, óculos de sol, etc..
Para o uso em passeios de fins de semana, para percursos maiores, ou em férias, para viagens, terei que escolher entre: usar o carro mais antigo e em bom estado que deixo na garagem, ou, se resolvi vendê-lo, terei que alugar algum, com a vantagem, neste caso, de ser sempre um novo, e no modelo mais adequado, para o estilo do uso a que me proponha. Neste ponto, uma avaliação, em separado, dos benefícios e respectivos custos deverá também ser feita, de acordo com as características de cada pessoa e momento.
Procuro sempre a melhor relação de benefícios e custos, com muita atenção para os custos indiretos, que cada vez pesam mais e mais e, nem sempre são visíveis de imediato!
Salvador, BA. 17/08/2016

6 comentários:

  1. Acho que é uma discussão interessante, pois vista de um novo ângulo. É interessante que o uso de carro próprio está ligado muitas vezes a mero condicionamento. Exemplo: praticamente não o faço quando estou em minha cidade de residência, mas uso táxi frequentemente quando em visita a outras, mesmo que tenha levado o meu carro. Justifico-me com o fato de que, assim, não terei o problema de procurar o endereço de destino.

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  2. Obtigado pelo comentário. Vou acrescentar mais essa comodidade nas minhas reflexões.

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  3. Obtigado pelo comentário. Vou acrescentar mais essa comodidade nas minhas reflexões.

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  4. Aliás, é comum que fiquemos mais à vontade para usar ônibus e metrô em outras cidades.

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  5. Verdade, comigo, pelo menos, acontecia assim. Sendo cidades ode a sensação de segurança contuma ser maior que a minha, até a pé, para percursos médios, me sinto estimulado a fazer, observando sempre a qualidade, conforto e custo do transporte público, mesmo por onibus, metrôs e trens.

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  6. Verdade, comigo, pelo menos, acontecia assim. Sendo cidades ode a sensação de segurança contuma ser maior que a minha, até a pé, para percursos médios, me sinto estimulado a fazer, observando sempre a qualidade, conforto e custo do transporte público, mesmo por onibus, metrôs e trens.

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