terça-feira, 26 de agosto de 2014

BRASÍLIA, CAPITAL DA NOSSA REPÚBLICA

Sede do poder, população poderosa. Este é um dito historicamente comprovável. Examinemos desde a antiguidade; Atenas e o restante da Grécia, Roma e as demais cidades nas múltiplas regiões daquele império, Londres em relação às das suas colônias. Excetuando apenas os Estados Unidos, no mundo contemporâneo, parece-me uma verdade. Mas, tal excessão, atribuo a que, naquele país , mais clara e transparentemente, o poder político se subordina ao poder econômico. New York, ao invés de Washington parece ser a capital, segundo nossos paradigmas de comparação. 

Ainda quanto às características das sedes de poder, e particularizando o caso brasileiro, tais sedes acabam sendo povoadas, naturalmente, por população que mais se aproxima dos titulares do poder, exercendo-lhes influência pessoal, e busca conforto e qualidade de vida, de modo mais intenso e convincente que o restante da comunidade, mais distanciada. Assim foi Salvador, na época colonial, Rio de Janeiro, até 1960, cedendo gradativamente força para Brasília a partir de então.

Hoje vemos nossa capital federal, como um primor de urbanismo, relativamente às demais capitais e grandes cidades brasileiras, em flagrante descompasso com a média da qualidade de vida destas. Nossa capital maior,  parece ser um oásis, quando de lá, alguém se aproxima, a partir de qualquer ponto do território pátrio. 

Aliás, nela, sob visão mais acurada, pode-se perceber semelhanças relativamente a certos traços do nosso Brasil. Claro que em outras proporções,  estão caracterizados os desequilíbrios brasileiros, sob o ângulo de numerosos vetores de observação social: Economia e Renda, Educação, Informação, Saúde, Higiene, Saneamento, Segurança, Respeito ao Cidadão, e mais. 

Evidentemente, numa cidade como a nossa capital federativa, todos estes ângulos, apesar de tentativamente ocultados à visão mais superficial, ainda estão observáveis. Seria impossível ocultá-los com perfeição!

Vejamos sintomas infelizmente triviais como: mendicância presente, transporte público problemático para os menos afortunados, fluidez do trânsito difícil em muitos horários, contrastes flagrantes de riqueza com pobreza e muitos outros aspectos de desconforto social, quando a comparamos com outras cidades de porte e idade semelhantes, situadas fora do Brasil e, portanto, mais livres da "contaminação" desses descompassos nacionais.

Por experiência própria, não consigo deixar de me lembrar de Orlando, Florida, nos Estados Unidos, cidade também nova, onde esses aspectos sociais parecem estar mais bem resolvidos. Outros exemplos, em outros países, conhecidos ou não por mim, certamente podem ser evocados!

Orlando teve sua maior aceleração no desenvolvimento urbanístico quando a empresa Disney resolveu replicar na Florida, também nos anos 1960, sua bem sucedida experiência de parques temáticos de laser, iniciada mais de uma década antes, com a Disneylândia, na Califórnia, próximo ao pólo do cinema, Hollywood. No novo local, mais próximo da Europa e mais acessível à América Latina, ampliou o seu mercado e proporcionou novas e abertas oportunidades para o produto "laser", com demanda crescente no mundo. Promovia, assim, mais empregos,  por intermédio de uma renda crescente e expontaneamente advinda de fora do país e de outras regiões, renovável infinitamente pelo rápido ciclo de produção e consumo (oferta em equilíbrio com respectiva procura). Seu desenvolvimento, em outras palavras, decorreu de produção e consumo sempre equilibrados e não desestabilizadores do nivelamento social. Não há falta de empregos, segurança e uma população de indivíduos empregados e com renda adequada pode se sustentar quanto às suas demais necessidades,  inclusive de saúde, educação e demais requisitos desejados, com harmonia social.

A história da nossa capital, embora contemporânea àquela, partiu de decisão governamental, à custa de endividamento público e elevada tributação que se perpetuou, e teve, na maior parte da sua história de desenvolvimento, sob a tutela de um governo ditatorial, anti democrático e economicamente intervencionista, em pleno descompasso com o desenvolvimento nacional e mundial. A história recente já demonstra sobejamente que esses direcionamentos fechados, da economia de um país, acabam sendo causadores de fragilidades sociais de dificílima superação. 

Concluo meditando: Brasília é bela, como é o meu Brasil. Para que ambos se desenvolvam, enaltecendo essa beleza,  sob todos os ângulos sociais, é sempre nosso dever procurar melhores caminhos, convergentes com um mundo melhor,  com harmonia universal e sob foco abrangente. Os exemplos existem. Basta procurar os melhores. E trabalhar com inteligência, honestidade e afinco. 

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