Adm. de Empresas - Aposentado
Petrolina me impressionou muito bem e acho que é excelente portal de boas vindas do estado de Pernambuco, para todos os que o procuram, a partir do estado da Bahia.
Petrolina, PE., 27/06/2014.
Temática aberta e opinativa - Comentários gerais, isentos de correntes religiosas e políticas.
Paulo Tolentino Vieira
Adm. de Empresas - Aposentado
No dia treze de junho do ano 2014, fui tomado de forte emoção. No momento exato, minha reação exterior foi quase imperceptível aos demais, fiquei calado e com os olhos cheios de lágrimas, imóvel de emoção.
Estávamos em grupo, cinco pessoas: Eu e minha mulher, um pouco mais à frente, o casal de meus editores e designers, ele ao computador e ela, ao lado, do outro lado, a integrante do grupo de fotografia, profissionais que produziram, junto comigo, a base de todo o motivo daquele forte sentimento, que tomou todo do grupo.
Era como se fosse um grupo medico, exibindo aos pais, o ultra-som de um ser ainda, em gestação, mas, quase pronto para nascer. Era a arte final da capa do meu primeiro livro, concebido em Bolonha, Itália, escrito, em sua maior parte, na Flórida, EUA, para nascer na Bahia, após uma gestação que deve durar aproximadamente cinco meses.
Um livro, para mim, "primíparo", vivendo essas sensações, pela primeira vez aos 67 anos, todo o processo da produção intelectual e material, tem sido uma torrente de sentimentos e emoções fortes e diferentes, porém todos, agradabilíssimos.
É mesmo, como um primeiro filho, de uma nova espécie; um novo ser que nasce e, estou consciente, acabará tendo sua "vida" seu nome e personalidade próprios, terá seus amores, alguns desafetos também, sua seus lares, vocação, com sua exclusiva imagem, destinos, fãs, seguidores, críticos, visitas a outros lugares junto com pessoas ou grupo específicos, suas próprias festas, lutos, e dependendo do modo e intensidade que tocar aos corações e mentes das pessoas, após uma vida longa, formará, assumindo as respectivas consequências, bases para novos conhecimentos, opiniões, conceitos e, porque não dizer; também preconceitos.
Pode também ser um anônimo, ornando, ou não, estantes aqui e acolá. Nós, autores, precisamos nos preparar para tudo, de bom, mas também para o "nem tanto," até eventuais frustrações e decepções donde menos se espera.
É realmente como um ente "vivo", cujo dever dos pais é preparar para o bem e para o melhor.
Mas a "vida" é dele... Vamos em frente!
O BRASIL QUER ESTADISTAS?
Paulo Tolentino Vieira
Administrador - Aposentado
Estamos nos dias que antecedem uma eleição nacional, quando devemos escolher nosso Presidente da República, o mais importante mandatário brasileiro. É natural que todos nos aprofundememos à respeito das qualidades daquele político que, com o voto popular, será o escolhido para dirigir o Estado brasileiro.
Seria um que tivesse as qualidades para se portar como um verdadeiro estadista? Proponho que sim!
Qual seria a diferença entre uma "Política de Estado" e uma "política de partido"?
Para ser o máximo coerente possível, gosto de iniciar, refletindo sobre ambos os conceitos comparativamente:
Estado é uma Instituição, um ente abstrato, porém poderoso e perene, que representa os anseios de um povo, que vive num certo espaço territorial.
Para condução deste Estado, há um "governo", composto por dois conjuntos de pessoas, o primeiro deles, o corpo de comando, que, modernamente, é temporário e, desjavelmente alternante, e o outro, corpo de carreira, mais estável, dedicado às atividades funcionais de defesa, segurança, administração, promoção da justiça e funcionamento operacional.
Já partido, como o próprio vocábulo, indica, é uma parte menor de algo maior. Não é derivado do verbo "partir (começar)", como alguns tendem a confundir, mas sim, do substantivo "parte(parcela)", cujos significados não se aproximam.
Aliando-se a palavra "político" (um adjetivo, neste caso), passa ter significado concreto de um grupamento de pessoas, que é parte de coletividade maior, cujo segmento, homogeneamente acredita em determinados tipos de idéias (ideologia), como a sua melhor alternativa para orientar a condução de um "governo".
Entendo que, por definição, um homem de Estado, a despeito de ser necessariamente um político, se conduz sempre preliminar e diretamente para aperfeiçoar o bem estar dos seus concidadãos, vistos como uma coletividade. Conduz-se do modo isento quanto a interesses grupais ou individuais imediatos. Aplica os "princípios" do seu partido em forma de "credo" e como rumo, porém com isenção relativa a seus interesses imediatos e menores, sabendo sempre tornar prioritário o bem social maior, com visão de longo prazo. De forma bem destacada, deve exercer este critério também quanto à exigencia de qualificações pessoais, na seleção do seu grupo de apoio e confiança.
O ideário do seu partido sempre constitui como rumo a ser seguido.
Precisa ter sempre, em primeiro plano, sentimento e visão voltados para aqueles pontos comuns que unem as pessoas, quanto a desejos e opiniões gerais, da sociedade a que lidera.
Consegue avaliar, decidir com a mais absoluta imparcialidade, além de esclarecer e ver aprovados os seus atos de forma maciça, sem expressivas ressalvas por outros importantes grupos de pessoas, mesmo que, e naturalmente, orientadas pelos princípios ideológicos do seu "Partido".
Um "partido" político, lembro, como a palavra apropriadamente indica, representa a apenas uma das partes importantes das tendências ideológicas existentes na sociedade, e os atos de governo atingem a todos.
Estados de partido único, ignoram a possibilidade de se pensar de modo diferenciado daqueles que estão exercendo o poder, então dominante, constituindo, portanto, aberrações. Tem sido uma forma de os poderes totalitários se isentarem de algumas decisões, atribuindo-as ao partido, de modo a mascará-las como decisão coletiva.
Assim sendo, um grupo governante que, exclusivamente, atenda às pretensões do seu partido, estaria, inexoravelmente, se contendo a atender aos anseios de, apenas, uma parcela (sinônimo de parte, partido, etc.) dos ideais coletivos, e isto, não configura um comportamento próprio de estadista, cujo desejo natural estaria necessariamente na satisfação mais ampla da coletividade.
Isto tudo, são, por enquanto, apenas minhas opiniões, como democrata, e sobre as quais, não pretendo ser exclusivista.
Esta crônica me foi inspirada pela frase-proposta "O Brasil precisa de um Estadista.", que estava no Facebook da minha mulher.
Guanambi, BA, 31/05/2014
Meu pai, Oldegar Franco Vieira, homem reconhecido, de vastíssimo conhecimento, era capaz de apresentar um resumo comentado dos inúmeros livros que conservou em suas estantes, até bem próximo do seu fim.
Na minha adolescência, e do meu irmão, éramos estimulados ao acesso indiscriminado a qualquer obra que tinha espaço nas diversas estantes da casa. Ocupavam o “gabinete”, extrapolando para nosso quarto, o dele com minha mãe, os corredores, além de invadir, por vezes, até o quarto da auxiliar do lar, sem contar que seu carro nunca deixava de dar abrigo a, no mínimo, três ou quatro volumes além de muitos papeis de trabalho escritos por ele ou por seus alunos.
Era, sem dúvida um acervo de livros e conhecimentos respeitável que transitava por temas os mais variados, predominantemente humanísticos, com foco jurídico, de modo destacado.
Para uma idéia da diversidade, ainda conservo dele um livro encadernado, um “Receituário de Homeopatia” de John H. Clarke, com algumas notas manuscritas. É um símbolo que faço questão de conservar. Junto a isso, estão outros da autoria dele, especialmente os de poesia. Haicai, tipo de gênero japonês cujos poemas se limitam a onze sílabas em três estrofes que ele concebia com mestria. Reflito: Como alguém, com incrível facilidade, sintetizava, precisamente, idéias tão amplas como as poéticas? Era necessário que, além de criatividade e sensibilidade incomuns, domínio das palavras e outras formas de expressão do idioma.
Assim era o meu pai, de quem herdei, entre muitas outras coisas, o amor pelas palavras e formas de expressão escrita. assim, essas poucas relíquias são, inalienáveis, principalmente por valor sentimental, motivos simbólicos. Algo que ficou da nossa afeição.
Dou o maior valor a quem escreve com clareza, usando palavras precisas, nos contextos adequados. Admiro e modestamente procuro imitar, tentando algum dia, chegar a um melhor termo.
Esse hábito de colecionar livros em bibliotecas particulares, até certo momento, tinha a sua justificativa fundada no fato que, a memória humana, episodicamente, falha para alguns, sendo uma traidora nos momentos da maior necessidade, como é o meu caso. Quantas vezes me ocorre uma ideia, ou traços de lembrança, ou mesmo uma imagem, com sabor de “deja vu” (Traduzindo do francês para o português brasileiro: acho que já vi isso em algum lugar!). Sei que aquilo não é de minha autoria exclusiva, e para lastrear citações, me ponho a procurar a origem, com base em lembranças periféricas e esparças. Então, eram as bibliotecas, excelentes auxiliares para cobrir essas “lacunas”, pois, às vezes, a simples imagem do dorso de uma obra já lida anteriormente, tinha o poder de aclarar nossa memória, ou nos dizer:"Oi cara, lembre-se de mim, o que você procura, está aqui".
Segundo meu irmão, Fernando Tolentino, por outro lado, aprisionar livros, dentro de nossas casas, (juntamente, com os conhecimentos neles contidos), restringe um compartilhamento mais amplo, com a sociedade. É preciso libertá-los, Concordo em gênero, número e grau!
Não vou me ater a casos de pessoas, que colecionam os livros (até algumas imitações deles feitas em madeira) para decorar estantes, dando eventualmente a falsa idéia, de seu dono ser uma pessoa de elevada cultura e erudição.
Ora, os livros guardados em estantes, quando não manuseados com frequência, se enchem de poeira, fungos, ácaros e outras coisas indesejáveis e deletérias ao papel. Requerem, por isso um manuseio preventivo, de tempos em tempos, o que é uma tarefa meticulosa, porém incômoda.
Felizmente, no presente momento do avanço da tecnologia, vários atenuantes desses problema vêem influenciando.
Por um lado, mesmo intuitivamente, ou para evitar o acúmulo e suas consequências, algumas pessoas, vejo cultivando o hábito de reciclar livros, passando-os adiante após a leitura ou a utilização como material de consulta, contribuindo, assim, para universalização dos conhecimentos neles contidos. Trata-se de ato meritório a ser imitado!
Bibliotecas abertas ao público e bem estruturadas são excelentes locais de destino. Nelas, o avanço da biblioteconomia começa a dota-las de renovável tecnologia de conservação dos livros “in natura”, para servir como futuras relíquias, além de transformar seu conteúdo em meio digitalizado, portanto muito mais acessíveis a todos, e simultaneamente, com rapidez, conforto e simplicidade. Ao lado disso, algumas delas podem se capacitar para compartilhamento dos exemplares, que eventualmente tenham em excesso, com outras de menor porte, na periferia das grandes cidades ou em localidades mais remotas, funcionando como virtuais “bolsas” de livros (e conhecimentos).
Um terceiro, fator que crescentemente desencoraja o armazenamento “in natura” é o avanço da tecnologia, que facilita, cada vez mais, a consulta e acesso a arquivos digitalizados remotos. Aplicativos ("buscadores"), palavras-chave, etc.) nos trazem conhecimentos guardados remotamente, isentos das desvantagens da existência física, citados.
Lembro-me, com nostalgia, da dupla tristeza do meu pai, quando, premido pelas circunstâncias, precisou se desfazer de sua, como disse, respeitável biblioteca, doando-a fracionadamente aos mais variados destinos, inclusive aos escoteiros da Bahia que usaram a doação para iniciar, postumamente, uma nova biblioteca, que, em sua homenagem, a batizaram com seu nome.
A primeira e maior dificuldade foi a natural saudade, ao se distanciar daqueles “amigos” que, durante tantos e longos anos, o acompanharam e ajudaram. Isto, por si só, me tocou muito! A segunda foi uma repetida rejeição daqueles que procurou. Rejeição não é sentimento confortável para ninguém! Tentou doar e até mesmo, transportar para diversas instituições. Alegou-se, falta de espaço, falta de quem realizasse uma triagem dos lotes, já homogeneizados previamente por ele, temor de contaminação do acervo pré existente, por eventuais novos fungos ou ácaros, obsolescência de uma ou outra obra, etc.. Cada negativa, um novo sofrimento! Concluiu por doar os últimos exemplares a um presídio, de onde não pode ter certeza de uma adequada utilização.
Mas, segundo me parece, ele fez a parte que lhe cabia, e se somente um, de todos os exemplares que andou distribuindo, vier a proporcionar novos conhecimentos a quem quer que seja, valeu a pena! Ele, de mais uma maneira, tentou libertar mais conhecimentos, na sua vida de professor
Deus é Amor.
Certa vez, há muitos anos atrás, numa palestra religiosa, tive acesso a uma poesia, de autoria de um frade (se não me trai a memória, o nome é D. Marcos Barbosa) que voltava a afirmar “Deus é Amor.”.
Eu já ouvira esta expressão, não sei quantas vezes, mas, a partir daquele momento, dentro de uma forma tão poética, tal afirmação passou a me instigar, cada vez mais, e passei a usá-la como base para alguns silogismos que contribuíram fortalecer este conceito e para estabelecer correlações com diversas outras afirmações, Tudo teve o poder de aumentar a minha fé.
A primeira delas, e que sempre se repete, como se estivesse instigando minha reflexão, foi com a da “Boa Notícia” ou “Boa Nova”, trazida pelo Salvador, como resumo e interpretação atualizada e condensação dos mandamentos Divinos: “Amar a Deus, sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo”.
Ora, se Deus é Amor, a simples substituição de significado conceitual do segundo termo da expressão nos leva a equivalente expressão - Amar ao Amor.
Passemos agora a nos deter na segunda afirmação, cuja interpretação exige uma complexidade maior, pois necessita que qualifiquemos o referencial “como a si mesmo”. Esta exigência, que precisa antecipar-se , nesta construção de raciocínio, me levou a interpretação seguinte:
A quem sou inclinado a amar mais do que a mim mesmo? A resposta parece óbvia, Porque o sentimento quanto a nós mesmos, é amplo e não tem limites, na avaliação. Somos naturalmente levados ao perdão dos nossos atos, encontramos justificativas, somos tomados de compaixão e misericórdia, até mesmo, às vezes sem reconhecê-lo, por piedade.
Enfim, todas as atitudes que acompanham ao verdadeiro amor.
Portanto, o amor a mim mesmo seria o amor máximo possível, já que amar coisas que não são entes, sai do âmbito saudavelmente admissível.
Assim, outra vez, substituindo, a expressão como a si mesmo, poderia ceder lugar a ao máximo possível.
Deste modo, a segunda parte se apresentaria como sendo “amar ao próximo, ao máximo possível”
Outra vez, interpretando a nova substuição “ao máximo possível” caberia a questão: O que é o máximo possível, senão o próprio Deus (entenda-se, o próprio Amor)?
Numa interpretação final, já que, nessas lógicas, somos levados ao mesmo ponto, caberia o entendimento (?) de que o verdadeiro Mandamento Divino poderia se sintetizar em...
AMAR?
(Dedico à Prof. Ivonete Passos, a citada palestrante, quem não vejo há anos, mas que muito me estimulou em minha fé.)