sexta-feira, 27 de junho de 2014

PETROLINA É PROSPERIDADE

Paulo Tolentino Vieira
Adm. de Empresas - Aposentado
No sertão pernambucano, margem esquerda do Rio São Francisco, está a cidade de Petrolina plantada à, frente de Juazeiro da Bahia. Estas cidades estão ligadas pela Ponte Presidente Dutra, popularmente conhecida como ponte de Juazeiro, inaugurada em 1929, com finalidade rodo ferroviária, com vão de 801m.
As duas cidades, com localização confrontante e separadas apenas pelo Rio São Francisco, sempre tiveram alta importância econômica regional, sendo, por isso mesmo, merecedoras da localização do projeto da ponte, importante geradora de desenvolvimento para ambas. O maior impulso de progresso, no entanto, ocorreu a partir da construção da Barragem de Sobradinho, situada há aproximadamente quarenta quilômetros a montante, no próprio rio, nos anos de 1973 a 1979.

Com o surgimento do projeto Sobradinho, além de abundante geração de energia, formou-se um lago com cerca de 400 quilômetros quadrados de extensão, em cujas margens, instalaram-se diversos negócios agrícolas, baseados na irrigação com suas águas, para uma produção que passou a proporcionar maior impulso e aceleração do desenvolvimento regional, estando entre os maiores geradores vários projetos agroindustriais e de exportação, especialmente ligados aos setores da fruticultura e vinícola. 


Das cidades próximas, aquela que apresentava melhores condições infraestruturais para sediar as novas empresas era justamente Petrolina. Com seus equipamentos comerciais e bancários, de comunicação e outros itens de conforto, os mais avançados da região, se tornou rapidamente a preferência dos homens de negócios e investidores que passaram a fluir. Hoje, Petrolina se posiciona como se fosse uma "capital" para as circunvizihanças situadas nas àreas mais próximas, dentro da influência do Lago de Sobradinho, sem, no entanto, perder sua identidade de um passado pujante.
Sua Catedral - Igreja Sagrado Coração de Jesus, é eloquente amostra. Inaugurada em 1929, tendo sido construída com pedras do local e proximidades, em estilo neo-gótico, com fachada e porte imponentes, vitrais importados da França, no mesmo estilo de "Notre Dame", relógio da torre com diâmetro de 2m, doado pelo Padre Cícero, é edificação central que guarnece ampla praça do centro da cidade. Ponssuindo vários parques arborizados periféricos, sedia representações importantes de quase todos os órgãos públicos estaduais e federais com vistosas e modernas instalações, tendo sua circulação urbana facilitada por diversas avenidas de pista dupla e é dotada de aeroporto internacional para escoamento da produção, inclusive frutas que são de excelente aceitação em vários países.

Petrolina me impressionou muito bem e acho que é excelente portal de boas vindas do estado de Pernambuco, para todos os que o procuram,  a partir do estado da Bahia.
Petrolina, PE., 27/06/2014.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Casa Nova - Uma Bela Obra

Paulo Tolentino de Souza Vieira.
Adm. de Emp. - Aposentado.

Estou em Casa Nova (Nova Casa Nova), Bahia, cidade que foi erguida em novo sítio, há pouco mais de quarenta anos, para abrigo dos seus habitantes, quando do alagamento causado pela construção da Barragem de Sobradinho,  no Rio São Francisco, à montante de Paulo Afonso, no nordeste brasileiro.

Diferente de seu que sítio anterior,  é uma cidade planejada, mas não perde as características básicas de uma autêntica cidade do sertão. A praça da feira, o destaque da Igreja Matriz,  modernamente construída no melhor estilo dos anos setenta, casas térreas arejadas,  como pede o clima quente da região.

Pude assistir a um vídeo sobre a mudança da população da localização original para a de hoje. Percebi, com clareza, a nostalgia que envolveu aquele momento. Estavam deixando pessoal e coletivamente o cenário de muitos e importantes momentos de suas vidas, tanto bons como pesarosos, mas palco do seu passado, sua história. Lugares onde tantos fatos importantes aconteceram, inclusive visitas constantes de Lampião com seu bando de cangaceiros, na segunda e terceira década do século XX, além de episódios ligados à Guerra de Canudos,  travada pelos arredores, em tempos contemporâneos àqueles.

A vida na atual Casa Nova, é inegável, tornou-se mais moderna, com eletricidade,  telefonia,  sinal de TV, comércio e outros confortos, com salto qualitativo notável. Mas, ao sentimento de perda e saudade, nada substituiu. Na Casa Nova do ano 2014, poucos são os habitantes que, mesmo crianças, chegaram a viver aquela transição. O passar do tempo, com a mudança geracional, um fator importante,  põe movimentos migratórios para esta cidade, dotada de maior conforto, juntamente com a saída de nativos e descendentes, que buscaram em outras plagas educação e oportunidades de trabalho, deram lugar a uma realidade onde avaliações de testemunhas da antiga cidade chegam a situar que, hoje, apenas cerca de dois em cada dez moradores são remanescentes diretos ou indiretos do solo original.

Nessa cidade, que para os padrões regionais, apesar de exuberante, ainda é muito pobre, tive a chance de conhecer uma obra religiosa que muito me emocionou. Visitei a capela do Sagrado Coração de Jesus, um templo erigido no seio de um bairro humilde, que, pelas suas dimensões e equipamento litúrgico, bem poderia sediar uma paróquia, caso estivesse numa cidade de grande porte. Foi erigido e é mantido por uma campanha permanente, liderada por D. Zefinha (Josefa dos Santos Nascimento), uma senhora, que segundo me foi dito, de origem rural que veio para cá com o marido, com a finalidade inicial de educar os filhos. Viveu de pequeno comércio no ramo alimentício, e atualmente serve à comunidade, mantendo um mercado e uma madeireitra de respeitável porte. Com sua fé,  esforço continuado e limitados recursos, seus e que consegue reunir, fez surgir e continuar aquela obra religiosa que já tem realizado considerável trabalho de desenvolvimento religioso e comunitário dos arredores.

Agradeço a D. Zefinha e a D. Cleuse Braga (a bisavó Baú, de dois, dos meus netos), pelas orações, naquele lugar, que, sem dúvida, foram importantíssimas no processo de meu restabelecimento, quando do transplante de fígado.

Casa Nova, BA., 25/06/2014.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

UM SER QUE NASCE


Paulo Tolentino Vieira
Adm. de Empresas - Aposentado

No dia treze de junho do ano 2014, fui tomado de forte emoção. No momento exato, minha reação exterior foi quase imperceptível aos demais, fiquei calado e com os olhos cheios de lágrimas, imóvel de emoção.

Estávamos em grupo, cinco pessoas: Eu e minha mulher, um pouco mais à frente, o casal de meus editores e designers, ele ao computador e ela, ao lado, do outro lado, a  integrante do grupo de fotografia,  profissionais que produziram, junto comigo, a base de todo o motivo daquele forte sentimento, que tomou todo do grupo.

Era como se fosse um grupo medico, exibindo aos pais, o ultra-som de um ser ainda, em gestação, mas, quase pronto para nascer. Era a arte final da capa do meu primeiro livro, concebido em Bolonha, Itália,  escrito, em sua maior parte, na Flórida, EUA, para nascer na Bahia, após uma gestação que deve durar aproximadamente cinco meses.

Um livro, para mim, "primíparo", vivendo essas sensações, pela primeira vez aos 67 anos, todo o processo da produção intelectual e material, tem sido uma torrente de sentimentos e emoções fortes e diferentes, porém todos, agradabilíssimos.

É mesmo, como um primeiro filho, de uma nova espécie; um novo ser que nasce e, estou consciente, acabará tendo sua "vida" seu nome e personalidade próprios, terá seus amores, alguns desafetos também, sua seus lares, vocação, com sua exclusiva imagem, destinos, fãs, seguidores, críticos, visitas a outros lugares junto com pessoas ou grupo específicos, suas próprias festas, lutos, e dependendo do modo e intensidade que tocar aos corações e mentes das pessoas, após uma vida longa, formará, assumindo as respectivas consequências, bases para novos conhecimentos, opiniões, conceitos e, porque não dizer; também preconceitos.

Pode também ser um anônimo,  ornando, ou não,  estantes aqui e acolá. Nós, autores, precisamos nos preparar para tudo, de bom, mas também para o "nem tanto," até eventuais frustrações e decepções donde menos se espera.

É realmente como um ente "vivo", cujo dever dos pais é preparar para o bem e para o melhor.
Mas a "vida" é dele... Vamos em frente!

FESTEJOS JUNINOS

Paulo Tolentino de Souza Vieira
Adm. de Empresas - Aposentado
Depois de muitos anos de afastamento, realizo, junto com minha mulher, um ciclo de três visitas a Senhor do Bonfim, BA., seu torrão natal. Esta é a terceira visita, das três; justamente no seu apogeu anual, os festejos juninos. Diferentemente de muitos dos que daqui emigraram, os que permaneceram já não estão grupados como antes, cada um vivendo interesses, costumes, profissão e núcleos sociais diferenciados. Mas, num reencontro, como estes, quase todos voltam à reintegração. Concluo: a visita de um amigo distante pode oferecer um excelente motivo de reintegração, se vier também com esse propósito.
Estou numa típica cidade de médio porte do interior do nordeste brasileiro, para comemorar, com a máxima autenticidade possível, estes eventos. Melhor lugar e ocasião não poderiam existir!
Os habitantes mais antigos daqui, à título de relato histórico, informam que a cidade foi fundada no final do séc. XIX, mas que seu maior impulso veio a ocorrer nos anos 1920 e década seguinte, com o planejamento urbanístico promovido por engenheiros residentes, concentração muito rara naqueles idos. Como evidência, ainda percebe-se o seu traçado geométrico e espaçoso das ruas e praças públicas do centro histórico.
Naquelas décadas, havia um movimento, no Brasil, pelo desenvolvimento do transporte ferroviário, como principal fator de integração nacional. Esta cidade, que já se evidenciava como pólo de convergência econômica regional, passou a sediar importante centro técnico administrativo do controle regional da ferrovia, criando uma oportunidade para a concentração dos engenheiros, além da proporção comum em cidades semelhantes.
Conheci habitantes que já estavam vivendo aqui, há cerca de 60 anos após sua implantação e, unanimemente testemunharam que,  naqueles  momentos, trafegar pelas suas ruas era coisa muito fácil e prazerosa.
Desde muitos anos "Bomfim" se transformou num dos maiores pólos de animação junina, sendo que mais recentemente veio a agregar, na época desses festejos, outras atrações; como um importante evento do "show business", e feiras: literária regional, de agricultura familiar, artesanato, etc..
O afluxo à cidade se acelerou, multiplicando a sua população várias vezes. Assim, os espaços e serviços urbanos, assim como disponibilidade de hotéis na cidades e arredores tornaram-se preciosos, sendo necessário fazer reservas com antecedência. Os serviços atinentes à iniciativa privad
a se desdobram em quantidade e eficiência para melhor servir aos novos e contumazes vizitantes.

Infelizmente, não é que se pode dizer dos serviços públicos e concessões: a decoração da cidade teve sua conclusão apressada e só terminou na madrugada da véspera do início dos festejos,  a tubulação de esgotamento público, sobrecarregada, insuficiente e frágil acabou estourando e espalhando odor fétido e moscas em toda redondeza.  Passam os dias e nenhum sinal de reparo.  O trânsito engarrafa pela crônica insuficiência de ruas,  característica comum em quase todo o Brasil, trânsito em contra-mão e estacionamento duplo, agravados pela falta de guardas orientadores, pane nos sinais de Internet e telefones celulares. Excessão apenas à Coelba distribuidora de energia elétrica que, apesar das muitas "gambiarras", continuou seu fornecimento sem maiores problemas.
Com a tolerância dada ao "show business", percebe-se, com clareza, uma mudança qualitativamente decadente da autenticidade musical da programação e consequentemente da qualidade musical por conta de um público que valoriza mais o som ruidoso, em detrimento do melodioso e harmônico. Fica claro, para os que buscavam autenticidade temática, este festejo está em processo acelerado de degradação.
À noite avançada, na véspera do dia de São João, voltávamos de uma visita a ex babá de minha mulher e nos deparamos com um cortejo autêntico e típico, como eu conheci, na infância,  noutra cidade do interior da Bahia, onde também está festa é muito evidente, Cruz das Almas:
Os foliões e músicos saem em grupo tocando,  dançando e cantando um repertório geralmente de xaxados, baiões e marchinhas, com letra alusivas aos temas da festas do mês, ou da vida no sertão, visitando as casas dos amigos que, abertas, os esperavam com fartas mesas de comidas à base de milho e amendoim: como cangica (curau), pamonha, bolos de vários tipos, munguzá (cangica) paçoca, além de licores de genipapo e outros.  Em cada casa,  após os comes e bebes, algum, dos mais eloquentes, fazia um agradecimento ao anfitrião (musicado, às vezes é não raro) e rumava para a casa seguinte, até o amanhecer, chovesse ou fizesse sol (ou lua), tal qual faziam, naqueles tempos, e ainda fazem aqui em Bonfim.
Ontem, ao participar de parte daquele cortejo, e hoje me integrando ao "Grupo Caroá" voltei, nostalgicamente ao passado. Saudosismo justificado pela minha triste percepção de que, mesmo no interior, onde buscamos maior autenticidade, o repertório e outras faces do "show business"  começam a miscigenar esses e outros festejos, este, particularmente, neste ano, influenciado pela Copa Mundial de Futebol, aqui no Brasil.
Senhor do Bonfim, BA, 23/06/2014


sexta-feira, 20 de junho de 2014

ESTADO E ESTADISTAS

O BRASIL QUER ESTADISTAS?
Paulo Tolentino Vieira
Administrador - Aposentado

Estamos nos dias que antecedem uma eleição nacional, quando devemos escolher nosso Presidente da República, o mais importante mandatário brasileiro. É natural que todos nos aprofundememos à respeito das qualidades daquele político que, com o voto popular,  será o escolhido para dirigir o Estado brasileiro.

Seria um que tivesse as qualidades para se portar como um verdadeiro estadista? Proponho que sim!

Qual seria a diferença entre uma "Política de Estado" e uma "política de partido"?

Para ser o máximo coerente possível, gosto de iniciar, refletindo sobre ambos os conceitos comparativamente:

Estado é uma Instituição, um ente abstrato, porém poderoso e perene, que representa os anseios de um povo, que vive num certo espaço territorial.

Para condução deste Estado, há um "governo", composto por dois conjuntos de pessoas, o primeiro deles, o corpo de comando, que, modernamente, é temporário e, desjavelmente alternante, e o outro,  corpo de carreira, mais estável,  dedicado às atividades funcionais de defesa, segurança, administração, promoção da justiça e funcionamento operacional.

Já partido, como o próprio vocábulo, indica, é uma parte menor de algo maior. Não é derivado do verbo "partir (começar)", como alguns tendem a confundir, mas sim, do substantivo "parte(parcela)", cujos significados  não se aproximam.

Aliando-se a palavra "político" (um adjetivo, neste caso), passa  ter significado concreto de um grupamento de pessoas, que é parte de coletividade maior, cujo segmento, homogeneamente acredita em determinados tipos de idéias (ideologia), como a sua melhor alternativa para orientar a condução de um "governo".

Entendo que, por definição, um homem de Estado, a despeito de ser necessariamente um político,  se conduz sempre preliminar e diretamente para aperfeiçoar o bem estar dos seus concidadãos, vistos como uma coletividade.  Conduz-se do modo isento quanto a interesses grupais ou individuais imediatos. Aplica os "princípios" do seu partido em forma de "credo" e como rumo, porém com isenção relativa a seus interesses imediatos e menores, sabendo sempre tornar prioritário o bem social maior, com visão de longo prazo. De forma bem destacada, deve exercer este critério também quanto à exigencia de qualificações pessoais, na seleção do seu grupo de apoio e confiança.

O ideário do seu partido sempre constitui como rumo a ser seguido.

Precisa ter sempre, em primeiro plano, sentimento e visão voltados para aqueles pontos comuns que unem as pessoas, quanto a desejos e opiniões gerais, da sociedade a que lidera.

Consegue avaliar, decidir com a mais absoluta imparcialidade, além de esclarecer e ver aprovados os seus atos de forma maciça, sem expressivas ressalvas por outros importantes grupos de pessoas, mesmo que, e naturalmente, orientadas pelos princípios ideológicos do seu "Partido".

Um "partido" político, lembro, como a palavra apropriadamente indica, representa a apenas uma das partes importantes das tendências ideológicas existentes na sociedade, e os atos de governo atingem a todos.

Estados de partido único, ignoram a possibilidade  de se pensar de modo diferenciado daqueles que estão exercendo o poder, então dominante, constituindo, portanto, aberrações.  Tem sido uma forma de os poderes totalitários se isentarem de algumas decisões, atribuindo-as ao partido, de modo a mascará-las como decisão coletiva.

Assim sendo, um grupo governante que, exclusivamente, atenda às pretensões do seu partido, estaria, inexoravelmente, se contendo a atender aos anseios de, apenas, uma parcela (sinônimo de parte, partido, etc.) dos ideais coletivos, e isto, não configura um comportamento próprio de estadista, cujo desejo natural estaria necessariamente na satisfação mais ampla da coletividade. 

Isto tudo, são, por enquanto, apenas minhas opiniões, como democrata, e sobre as quais, não pretendo ser exclusivista.

Esta crônica me foi inspirada pela frase-proposta "O Brasil precisa de um Estadista.", que estava no Facebook da minha mulher.
Guanambi, BA, 31/05/2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

APRESENTAÇÃO DESTE BLOG

Paulo Tolentino de Souza Vieira, Administrador de Empresas, responsável por este blog, após aposentado, transplantado do fígado, uma viagem à Bolonha - Itália, em companhia da sua mulher, para uma feira de livros infanto juvenis e negócios editoriais, passou a cultivar o passatempo de escrever suas idéias e reflexões. Está com seu primeiro livro em fase de impressão, tratando de assuntos relacionados com o planejamento da felicidade após os 55 anos, inclusive da equação econômica necessária. Logo estará à disposição. Depois disso, continuou escrevendo seus pensamentos, para compartilha-los com quem quer que se interesse.
No presente blog, estão publicados tais registros. Cada postagem sem o devido crédito fica entendido se tratar da autoria do responsável, todas,  no entanto, devem se pautar pelo espírito a seguir:
Racionalismo desinteressado.
Busca do bem de todos, no presente e sobretudo perene e crescente.
Político, não Partidário.
Visão isenta e desapaixonada quanto aos ângulos:
  Político,
  Religioso,
  Nacional,
  Racial, etc.
Acatamento de visão e credo espiritualista (não religioso).
Brasileiro, quer o melhor para o povo do Brasil, sem preconceitos ou enaltecimentos indevidos.
Visão mundial de busca de equilíbrio, social, econômico e desenvolvimentista.
Fundamento na realidade presente, com busca de ensinamentos sob visão histórico evolutiva.
Perspectiva sócio cultural, identificando distorções e desequilíbrios nocivos ao processo da Paz e do Bem
Tentativa de nivelamento pelo alto, segundo os  melhores padrões já alcançados pela humanidade, em cada ângulo do desenvolvimento sócio cultural.
Reconhece o desenvolvimento da cultura e da tecnologia como alavancas para os demais avanços.
Entende eventuais usos antagônicos à tendência acima, como eventuais retrocessos naturais a qualquer realidade desenvolvimentista, tanto no caso dos  processos biológicos como nos sociais.
Tenta trabalhar, reforçando uma tendência MAIOR, da prevalência do BEM, da maneira o mais fluente possível, evitando desastres e pertubações artificiais.
Para que os leitores, se desejarem, possam apresentar seus comentários, podem "clicar" no ícone do lápis (ou caneta), que se encontra no final de cada postagem , ou remeter um e-mail para paulotolentinovieira@gmail.com

terça-feira, 17 de junho de 2014

LIVROS E CONHECIMENTOS

Meu pai, Oldegar Franco Vieira, homem reconhecido, de vastíssimo conhecimento, era capaz de apresentar um resumo comentado dos inúmeros livros que conservou em suas estantes, até bem próximo do seu fim.

Na minha adolescência, e do meu irmão, éramos estimulados ao acesso indiscriminado a qualquer obra que tinha espaço nas diversas estantes da casa. Ocupavam o “gabinete”, extrapolando para nosso quarto, o dele com minha mãe, os corredores, além de invadir, por vezes, até o quarto da auxiliar do lar, sem contar que seu carro nunca deixava de dar abrigo a, no mínimo, três ou quatro volumes além de muitos papeis de trabalho escritos por ele ou por seus alunos.

Era, sem dúvida um acervo de livros e conhecimentos respeitável que transitava por temas os mais variados, predominantemente humanísticos, com foco jurídico, de modo destacado.

Para uma idéia da diversidade, ainda conservo dele um livro encadernado, um “Receituário de Homeopatia” de John H. Clarke, com algumas notas manuscritas. É um símbolo que faço questão de conservar. Junto a isso, estão outros da autoria dele, especialmente os de poesia. Haicai, tipo de gênero japonês cujos poemas se limitam a onze sílabas em três estrofes que ele concebia com mestria. Reflito: Como alguém, com incrível facilidade, sintetizava, precisamente, idéias tão amplas como as poéticas? Era necessário que, além de criatividade e sensibilidade incomuns, domínio das palavras e outras formas de expressão do idioma.

Assim era o meu pai, de quem herdei, entre muitas outras coisas, o amor pelas palavras e formas de expressão escrita. assim,  essas poucas relíquias são, inalienáveis, principalmente por valor sentimental, motivos simbólicos.  Algo que ficou da nossa afeição.

Dou o maior valor a quem escreve com clareza, usando palavras precisas,  nos contextos adequados. Admiro e modestamente procuro imitar, tentando algum dia, chegar a um melhor termo.

Esse hábito de colecionar livros em bibliotecas particulares, até certo momento, tinha a sua justificativa fundada no fato que, a memória humana, episodicamente, falha para alguns, sendo uma traidora nos momentos da maior necessidade, como é o meu caso. Quantas vezes me ocorre uma ideia, ou traços de lembrança, ou mesmo uma imagem, com sabor de “deja vu” (Traduzindo do francês para o português brasileiro: acho que já vi isso em algum lugar!). Sei que aquilo não é de minha autoria exclusiva, e para lastrear citações, me ponho a procurar a origem,  com base em lembranças periféricas e esparças. Então, eram as bibliotecas, excelentes auxiliares para cobrir essas “lacunas”, pois, às vezes, a simples imagem do dorso de uma obra já lida anteriormente, tinha o poder de aclarar nossa memória, ou nos dizer:"Oi cara, lembre-se de mim, o que você procura, está aqui".

Segundo meu irmão, Fernando Tolentino, por outro lado, aprisionar livros, dentro de nossas casas, (juntamente, com os conhecimentos neles contidos), restringe um compartilhamento mais amplo, com a sociedade. É preciso libertá-los, Concordo em gênero, número e  grau!

Não vou me ater a casos de pessoas, que colecionam os livros (até algumas imitações deles feitas em madeira) para decorar estantes, dando eventualmente a falsa idéia, de seu dono ser uma pessoa de elevada cultura e erudição.

Ora, os livros guardados em estantes, quando não manuseados com frequência, se enchem de poeira, fungos, ácaros e outras coisas indesejáveis e deletérias ao papel. Requerem, por isso um manuseio preventivo, de tempos em tempos, o que é uma tarefa meticulosa, porém incômoda.

Felizmente, no presente momento do avanço da tecnologia, vários atenuantes desses problema vêem influenciando.

Por um lado, mesmo intuitivamente, ou para evitar o acúmulo e suas consequências, algumas pessoas, vejo cultivando o hábito de reciclar livros, passando-os adiante após a leitura ou a utilização como material de consulta, contribuindo, assim, para universalização dos conhecimentos neles contidos. Trata-se de ato meritório a ser imitado!

Bibliotecas abertas ao público e bem estruturadas são excelentes locais de destino. Nelas, o avanço da biblioteconomia começa a dota-las de renovável tecnologia de conservação dos livros “in natura”, para servir como futuras relíquias, além de transformar seu conteúdo em meio digitalizado, portanto muito mais acessíveis a todos, e simultaneamente, com rapidez, conforto e simplicidade. Ao lado disso, algumas delas podem se capacitar para compartilhamento dos exemplares, que eventualmente tenham em excesso, com outras de menor porte, na periferia das grandes cidades ou em localidades mais remotas, funcionando como virtuais “bolsas” de livros (e conhecimentos).

Um terceiro, fator que crescentemente desencoraja o armazenamento “in natura” é o avanço da tecnologia, que facilita, cada vez mais, a consulta e acesso a arquivos digitalizados remotos. Aplicativos ("buscadores"), palavras-chave, etc.) nos trazem conhecimentos guardados remotamente, isentos das desvantagens da existência física, citados.

Lembro-me, com nostalgia, da dupla tristeza do meu pai, quando, premido pelas circunstâncias, precisou se desfazer de sua, como disse, respeitável biblioteca, doando-a fracionadamente aos mais variados destinos,  inclusive aos escoteiros da Bahia que usaram a doação para iniciar, postumamente, uma nova biblioteca, que, em sua homenagem, a batizaram com seu nome.

A primeira e maior dificuldade foi a natural saudade, ao se distanciar daqueles “amigos” que, durante tantos e longos anos, o acompanharam e ajudaram. Isto, por si só, me tocou muito! A segunda foi uma repetida rejeição daqueles que procurou. Rejeição não é sentimento confortável para ninguém! Tentou doar e até mesmo, transportar para diversas instituições. Alegou-se, falta de espaço, falta de quem realizasse uma triagem dos lotes, já homogeneizados previamente por ele, temor de contaminação do acervo pré existente, por eventuais novos fungos ou ácaros, obsolescência de uma ou outra obra, etc.. Cada negativa, um novo sofrimento! Concluiu por doar os últimos exemplares a um presídio, de onde não pode ter certeza de uma adequada utilização.

Mas, segundo me parece, ele fez a parte que lhe cabia, e se somente um, de todos os exemplares que andou distribuindo, vier a proporcionar novos conhecimentos a quem quer que seja, valeu a pena! Ele, de mais uma maneira, tentou libertar mais conhecimentos, na sua vida de professor

DEUS É AMOR

Deus é Amor.

Certa vez, há muitos anos atrás, numa palestra religiosa, tive acesso a uma poesia, de autoria de um frade (se não me trai a memória, o nome é D. Marcos Barbosa) que voltava a afirmar “Deus é Amor.”.

Eu já ouvira esta expressão, não sei quantas vezes, mas, a partir daquele momento, dentro de uma forma tão poética, tal afirmação passou a me instigar, cada vez mais, e passei a usá-la como base para alguns silogismos que contribuíram fortalecer este conceito e para estabelecer correlações com diversas outras afirmações, Tudo teve o poder de aumentar a minha fé.

A primeira delas, e que sempre se repete, como se estivesse instigando minha reflexão, foi com a da “Boa Notícia” ou “Boa Nova”, trazida pelo Salvador, como resumo e interpretação atualizada e condensação dos mandamentos Divinos: “Amar a Deus, sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo”.

Ora, se Deus é Amor, a simples substituição de significado conceitual do segundo termo da expressão nos leva a equivalente expressão - Amar ao Amor.

Passemos agora a nos deter na segunda afirmação, cuja interpretação exige uma complexidade maior, pois necessita que qualifiquemos o referencial “como a si mesmo”. Esta exigência, que precisa antecipar-se , nesta construção de raciocínio, me levou a interpretação seguinte:

A quem sou inclinado a amar mais do que a mim mesmo? A resposta parece óbvia, Porque o sentimento quanto a nós mesmos, é amplo e não tem limites, na avaliação. Somos naturalmente levados ao perdão dos nossos atos, encontramos justificativas, somos tomados de compaixão e misericórdia, até mesmo, às vezes sem reconhecê-lo, por piedade.

Enfim, todas as atitudes que acompanham ao verdadeiro amor.

Portanto, o amor a mim mesmo seria o amor máximo possível, já que amar coisas que não são entes, sai do âmbito saudavelmente admissível.

Assim, outra vez, substituindo, a expressão como a si mesmo, poderia ceder lugar a ao máximo possível.

Deste modo, a segunda parte se apresentaria como sendo “amar ao próximo, ao máximo possível”

Outra vez, interpretando a nova substuição “ao máximo possível” caberia a questão: O que é o máximo possível, senão o próprio Deus (entenda-se, o próprio Amor)?

Numa interpretação final, já que, nessas lógicas, somos levados ao mesmo ponto, caberia o entendimento (?) de que o verdadeiro Mandamento Divino poderia se sintetizar em...
AMAR?

(Dedico à Prof. Ivonete Passos, a citada palestrante, quem não vejo há anos, mas que muito me estimulou em minha fé.)