segunda-feira, 23 de junho de 2014

UM SER QUE NASCE


Paulo Tolentino Vieira
Adm. de Empresas - Aposentado

No dia treze de junho do ano 2014, fui tomado de forte emoção. No momento exato, minha reação exterior foi quase imperceptível aos demais, fiquei calado e com os olhos cheios de lágrimas, imóvel de emoção.

Estávamos em grupo, cinco pessoas: Eu e minha mulher, um pouco mais à frente, o casal de meus editores e designers, ele ao computador e ela, ao lado, do outro lado, a  integrante do grupo de fotografia,  profissionais que produziram, junto comigo, a base de todo o motivo daquele forte sentimento, que tomou todo do grupo.

Era como se fosse um grupo medico, exibindo aos pais, o ultra-som de um ser ainda, em gestação, mas, quase pronto para nascer. Era a arte final da capa do meu primeiro livro, concebido em Bolonha, Itália,  escrito, em sua maior parte, na Flórida, EUA, para nascer na Bahia, após uma gestação que deve durar aproximadamente cinco meses.

Um livro, para mim, "primíparo", vivendo essas sensações, pela primeira vez aos 67 anos, todo o processo da produção intelectual e material, tem sido uma torrente de sentimentos e emoções fortes e diferentes, porém todos, agradabilíssimos.

É mesmo, como um primeiro filho, de uma nova espécie; um novo ser que nasce e, estou consciente, acabará tendo sua "vida" seu nome e personalidade próprios, terá seus amores, alguns desafetos também, sua seus lares, vocação, com sua exclusiva imagem, destinos, fãs, seguidores, críticos, visitas a outros lugares junto com pessoas ou grupo específicos, suas próprias festas, lutos, e dependendo do modo e intensidade que tocar aos corações e mentes das pessoas, após uma vida longa, formará, assumindo as respectivas consequências, bases para novos conhecimentos, opiniões, conceitos e, porque não dizer; também preconceitos.

Pode também ser um anônimo,  ornando, ou não,  estantes aqui e acolá. Nós, autores, precisamos nos preparar para tudo, de bom, mas também para o "nem tanto," até eventuais frustrações e decepções donde menos se espera.

É realmente como um ente "vivo", cujo dever dos pais é preparar para o bem e para o melhor.
Mas a "vida" é dele... Vamos em frente!

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