O BRASIL QUER ESTADISTAS?
Paulo Tolentino Vieira
Administrador - Aposentado
Estamos nos dias que antecedem uma eleição nacional, quando devemos escolher nosso Presidente da República, o mais importante mandatário brasileiro. É natural que todos nos aprofundememos à respeito das qualidades daquele político que, com o voto popular, será o escolhido para dirigir o Estado brasileiro.
Seria um que tivesse as qualidades para se portar como um verdadeiro estadista? Proponho que sim!
Qual seria a diferença entre uma "Política de Estado" e uma "política de partido"?
Para ser o máximo coerente possível, gosto de iniciar, refletindo sobre ambos os conceitos comparativamente:
Estado é uma Instituição, um ente abstrato, porém poderoso e perene, que representa os anseios de um povo, que vive num certo espaço territorial.
Para condução deste Estado, há um "governo", composto por dois conjuntos de pessoas, o primeiro deles, o corpo de comando, que, modernamente, é temporário e, desjavelmente alternante, e o outro, corpo de carreira, mais estável, dedicado às atividades funcionais de defesa, segurança, administração, promoção da justiça e funcionamento operacional.
Já partido, como o próprio vocábulo, indica, é uma parte menor de algo maior. Não é derivado do verbo "partir (começar)", como alguns tendem a confundir, mas sim, do substantivo "parte(parcela)", cujos significados não se aproximam.
Aliando-se a palavra "político" (um adjetivo, neste caso), passa ter significado concreto de um grupamento de pessoas, que é parte de coletividade maior, cujo segmento, homogeneamente acredita em determinados tipos de idéias (ideologia), como a sua melhor alternativa para orientar a condução de um "governo".
Entendo que, por definição, um homem de Estado, a despeito de ser necessariamente um político, se conduz sempre preliminar e diretamente para aperfeiçoar o bem estar dos seus concidadãos, vistos como uma coletividade. Conduz-se do modo isento quanto a interesses grupais ou individuais imediatos. Aplica os "princípios" do seu partido em forma de "credo" e como rumo, porém com isenção relativa a seus interesses imediatos e menores, sabendo sempre tornar prioritário o bem social maior, com visão de longo prazo. De forma bem destacada, deve exercer este critério também quanto à exigencia de qualificações pessoais, na seleção do seu grupo de apoio e confiança.
O ideário do seu partido sempre constitui como rumo a ser seguido.
Precisa ter sempre, em primeiro plano, sentimento e visão voltados para aqueles pontos comuns que unem as pessoas, quanto a desejos e opiniões gerais, da sociedade a que lidera.
Consegue avaliar, decidir com a mais absoluta imparcialidade, além de esclarecer e ver aprovados os seus atos de forma maciça, sem expressivas ressalvas por outros importantes grupos de pessoas, mesmo que, e naturalmente, orientadas pelos princípios ideológicos do seu "Partido".
Um "partido" político, lembro, como a palavra apropriadamente indica, representa a apenas uma das partes importantes das tendências ideológicas existentes na sociedade, e os atos de governo atingem a todos.
Estados de partido único, ignoram a possibilidade de se pensar de modo diferenciado daqueles que estão exercendo o poder, então dominante, constituindo, portanto, aberrações. Tem sido uma forma de os poderes totalitários se isentarem de algumas decisões, atribuindo-as ao partido, de modo a mascará-las como decisão coletiva.
Assim sendo, um grupo governante que, exclusivamente, atenda às pretensões do seu partido, estaria, inexoravelmente, se contendo a atender aos anseios de, apenas, uma parcela (sinônimo de parte, partido, etc.) dos ideais coletivos, e isto, não configura um comportamento próprio de estadista, cujo desejo natural estaria necessariamente na satisfação mais ampla da coletividade.
Isto tudo, são, por enquanto, apenas minhas opiniões, como democrata, e sobre as quais, não pretendo ser exclusivista.
Esta crônica me foi inspirada pela frase-proposta "O Brasil precisa de um Estadista.", que estava no Facebook da minha mulher.
Guanambi, BA, 31/05/2014
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