terça-feira, 28 de abril de 2015

MEU PAI - OLDEGAR FRANCO VIEIRA - HOJE 100 ANOS



Meu irmão, Fernando Tolentino, pontua o centenário de nascimento de nosso pai com uma bela publicação no blog dele (http://blogdetolentino.blogspot.com.br) alusiva ao centenário do nscimento do nosso pai, Oldegar Franco Vieira.
Resolvi fazer um comentário pelo qual quero tambem prestar minha homenagem.
Oldegar era um homem de muita história e muitas estórias de tão interessante e envolvente personalidade que tinha.
Fernando fez uma belíssima sintese da vida, obra, feitos, publicações de livros e qualidades dele mas, se nos propuséssemos a nos aprofundar um pouco mais nos seus "causos peculiares" teriamos um material tão vasto quanto tempo dispuséssemos para vasculhar nossa memória. 
Como sabemos, eu e Dora (Dora Ramos), minha mulher, tivemos o honroso encargo de tê-lo próximo, como vizinho de frequencia diuturna, nos últimos anos. Por isso, assistimos com intimidade os seus derradeiros anos, o apogeu da sua manifestação intelectual. 
Mesmo percebendo o seu fim se aproximar, cego e muito surdo, não deixou de exercer o trabalho que mais se me assemelhava; meditar sobre o presente e o passado, fazendo conexões para o futuro. 
Assim, naquele estado, vivia pedindo que anotássemos seus pensamentos reflexões, planos, ensaios e poemas. 
Foi assim que exerceu, até seu último momento, a sua missão de vida, como pensador e mestre, passando, como fizera, ainda jovem, com Tia Jane (Joanna Angelica Vieira Ribeiro), hoje também haicaista renomada, no seu período final, para o meu sobrinho Iuri (Iuri Vieira) e sua mulher Gil (Gidalva Vieira), a arte do Haicai.
Simultaneamente, dizia ter, quase pronto, em sua mente, um novo livro biográfico sobre seu grande amigo e preceptor intelectual, Herbert Parente Fortes, além de estar planejando ainda uma outra obra, cujo cujo conteúdo não teve como nos revelar, tão ocupado que sempre estava  com suas coisa mais urgentes, do dia a dia. 
Meu pai, meu herói, trabalhou e produziu muito, até o seu fim.
Muita saudade!

6 comentários:

  1. Saudoso tio Oldegar de muitas histórias. Desde pequena ouvia e me deliciava com os esquecimentos do tio Oldegar, que perdia coisas e as achava com a mesma facilidade, como se fosse um mágico. Uma vez esqueceu uma carteira de dinheiro em nossa casa. Colocou-a no paletó do meu pai que estava pendurado ao lado do dele. Foi embora e deu a carteira como perdida, comprou outra igual e foi levando. Até que um dia minha mãe foi mexer nos paletós do meu pai para mandar lavar e descobriu a carteira do tio Oldegar! Ele foi ao Rio e recebeu a carteira, mas no mesmo dia, perdeu a outra... E muitas outros "causos"que contava em suas numerosas viagens pelo mundo afora. Era muito amigo dos meus pais desde o tempo em que moravam juntos em Porto Velho, por isso quando ia ao Rio sempre nos procurava. Quando fui ao Japão, trocamos algumas cartas e até mandei algumas crônicas para ele publicar no boletim da Associação Nipo-Baiana.
    Inesquecível tio Oldegar. Tenho seus livros, algumas fotos e muitas lembranças, como provavelmente todos aqueles que o conheceram mais de perto. ML

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    1. Qierida Mary Lou, muito obrigado por me lembrar mais este "causo". Realmente é bem característico da forma como vivia.
      Beijos.

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  2. Não dá pra parar de lembrar. Como a forma com que se via diante de minha mãe. Como quando dizia (e repetia sempre): "Didi, quando morreres, vou morar no Rio". Morreu quatro anos antes, mas tinha a certeza de que seria o contrário. Ou ao me flagrar tentando convencer minha mãe a permitir que eu escrevesse a riquíssima história da vida dela. Atalhou: "Por que logo a vida de sua mãe?" Acho que ele sempre percebeu a história dela como se fosse parte da dele.

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    1. Realmente, mano, seu relato e interpretação me lembram a característica envolvente e eu diria empolgante da personalidade dele. Não somente nossa mãe, com todos de quem se afeiçoava, nos, alguns de seus e nossos colegas, Jambreu, Constantino, Sandan, e uma infinidade de pessoas. Como eram populosas nossa casa e mesas de almoco! Todos estavam juntos na historia vivida por ele.

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  3. O professor Oldegar Franco Vieira foi meu professor na Escola de Administração da UFBA.
    A última vez que o encontrei foi nos jardins da Quinta Portuguesa, onde ele curtia um período de repouso.

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    1. Obrigado, amigo Goes, pelo comentário sobre meu pai e por sua visita ao "Amplo Pensar".
      Abraço forte
      Paulo Tolentino Vieira

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