Apresento este texto para encorajar a quem eu possa. Há um ano e quatro meses atrás, me submeti a um transplante de de fígado.
No momento que me aposentei, tinha como objetivo principal e imediato, me livrar das consequências de degeneração cumulativa no meu fígado, consequente duma cirrose de origem bioquímica, para poder, saudavelmente, me reposicionar perante meus semelhantes e a vida.
Tratei-me procurando me apoiar no que havia de melhor na medicina hepática da Bahia, Dr. Luiz Guilherme da Costa Lyra (que foi chamado infeliz, repentina e prematuramente logo pós minha operação) bem como sua equipe, com destaque especial para o Dr. André Lyra, seu filho que, ao cabo de algum tempo, me direcionaram para um transplante do fígado, muito bem sucedido, como aconteceu com a esmagadora maioria dos seus clientes. Graças a essa equipe, e aos demais abnegados que me cuidaram, no Hospital São Rafael, ao meu doador (cuja identidade, por lei, não pude conhecer), a minha motivação pessoal e, principalmente, a Deus.
Já que estou dedicando alguns créditos decisivos na minha recuperação, não poderia omitir a minha mulher, escritora e humanista Dora Ramos, me apoiou totalmente e, incansável, enfrentou junto comigo todo o sofrimento, antes, durante e após o transplante, tendo até, me substituído e se transformado em meus braços e pernas, e, por algumas vezes, até em minha mente, quando a encefalopatia hepática me colocava, eventualmente, em lapsos de razão.
A cirrose, que tive, na minha interpretação, adquiri por conta de, não saber me posicionar ante certas adversidades emocionais. Então o velho fígado passou a ser atacado duplamente; pelo metabolismo interno do corpo humano, que, nessas situações, descarrega no órgão uma série de substâncias nocivas, forçando-o a trabalhar a mais para atenuá-las, com sobrecarga estrutural, e em segundo plano, pelo efeito nocivo de alguns medicamentos normalmente consumidos naquelas situações.
A cirrose, que tive, na minha interpretação, adquiri por conta de, não saber me posicionar ante certas adversidades emocionais. Então o velho fígado passou a ser atacado duplamente; pelo metabolismo interno do corpo humano, que, nessas situações, descarrega no órgão uma série de substâncias nocivas, forçando-o a trabalhar a mais para atenuá-las, com sobrecarga estrutural, e em segundo plano, pelo efeito nocivo de alguns medicamentos normalmente consumidos naquelas situações.
Este pós diagnóstico não é do médico, e sim da minha autoria e inteira responsabilidade, atribuo a profunda análise retrospectiva da minha vida, realizado, no leito, enquanto me recuperava da cirurgia.
Quanto ao meu reposicionamento emocional, tratei de intensificar a terapia, me colocando com mente mais aberta, lidar com meus conflitos interiores, eliminando-os, por processo de compreensão e aceitação da realidade imutável, ou migração, para onde minha índole melhor se ajustasse. Foi assim que mudei radicalmente de vida, e realizei um antigo desejo de estar, por algum tempo, na Florida, onde tenho imóvel de moradia alternativa, adquirido há muito tempo.
Depois de passada a fase mais aguda do tratamento pós operatório, que fazer com a boa saúde, o tempo livre, o conhecimento, a experiência e o pique que ainda disponho? É preciso ficar de olhos bem abertos para as oportunidades que surgirem, ou que eu possa estimular. O hábito de passar a escrever, sem dúvida, uma dessas chances.
Foi e é necessário buscar maior participação social, conhecer pessoas, experimentar novos hábitos, necessidades e desejos, por exemplo, em atividades religiosas ou institucionais, desde que me preencham o desejo de servir ao próximo e a Deus.
Para aquelas pessoas que estão na expectativa de um transplante, concordo que é assustador. Mas, se posso dar, e for útil, um testemunho da minha experiência, garanto que foi compensador. Me sinto física e emocionalmente melhor do que nunca e atribuo este sucesso a minha coragem de enfrentar, primeiramente às minhas limitações como o pessimismo (uma delas, mas não a maior), e coragem para confiar em todos que me desejam o melhor, principalmente em quem me deu o dom da vida e não vai tirá-la antes da hora, o Criador e Senhor de tudo.
Senhor,
dentro de mim, há vida.
Graças a ti, e a um doador.
Que sua alma seja louvada.
Assim, seja.
dentro de mim, há vida.
Graças a ti, e a um doador.
Que sua alma seja louvada.
Assim, seja.
Compreendo perfeitamente o que você sente depois do transplante de fígado. Eu mesma, uma transplantada, tenho sentimentos semelhantes. Faz quase 4 anos que ganhei um novo fígado e uma sobrevida. Apesar de algumas limitações que ainda sinto, parece que renasci e não me canso de agradecer a todos os que me ajudaram e ajudam ainda. A vida é bela quando a gente tem saúde e disposição. E, principalmente, esperança. ML
ResponderExcluirML, obrigado pela leitura que me remeteu. Conte comigo.
ExcluirExemplos de superação, de cura, de amor. Os missionários estão por toda parte por que através de sua própria vida nos trazem lições e nos tocam com suas lições de vida. São material humano e espiritual para a ciência, para os cuidadores, para a família, para os vizinhos, para os desconhecidos...todos que os encontraram possuíram a chance de se curarem, também, de alguma dor ou vazio. Vocês são recados do Pai sobre a fé, a resignação, a coragem e a Boa Nova de que todos estamos conectados pela criação. Ser na vida das pessoas um exemplo de vida é tarefa singular e abençoada. Pra mim essa experiência é mais uma experiência de Deus. É testemunho. É esperança. Um beijo.
ResponderExcluirLindos comentários! Uma transplantada e uma enfermeira. Ambas testemunhas de superação, cura, amor e fé. Fiquei muito emocionado. Agradeço às duas também.
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